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Um dos livros que eu li em 2004, ano de muita inspiração com direito a namorado novo, estágio bacana e duas faculdades ao mesmo tempo, foi este: Fragmentos de um discurso amoroso, de Roland Barthes.
Lembro como se fosse ontem. Eu ali, sentada no banquinho do campus perto das Engenharias, comendo merengue de saquinho e lendo atenta. Pensando se tudo aquilo era verdade, se o amor podia mesmo doer, se de um dia pro outro sentimento virava nuvem, se relacionamentos eram mesmo toda essa peça de teatro sem final feliz.
Cinco anos se passaram e, sincero? Ainda não sei.
A verdade é que passei por muita coisa boa, conheci tanta gente de coração gigante em 2004 e 2005, depois passei longo tempo numa mesma estação de trem, entre tantos dias maravilhosos e outros com pingos de chuva que corrompiam as paredes, depois de tudo me peguei correndo quilômetros em minutos, viajei pra longe e sabia que, azar do destino, eu sempre voltaria.
Agora eu sei que fui embora de vez. De fato, esqueci a velha mala dentro de algum vagão, e assim ficaram pra trás uns livros, lenços e emoções. Não volto mais: perdi o mapa, esqueci o caminho e os pássaros comeram todas as migalhas.
Dias desses encontrei um projeto na web que falava sobre o Fragmentos, quer dizer, uma releitura do belo, do feio, do novo e do velho. Tudo aquilo que já sabemos sobre a vida e o amor que o livro insistiu em retratar, anos atrás. Pra quem não conhece, vale a leitura do original: simples e suficiente, quase intrigante. Pra quem conhece e quer mais, fica a saudade aconchegante através do http://www.fragmentos.bz.